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Essas são duas frases muito comuns de se ouvir na rotina diária de um ortodontista. E o que elas apresentam de errado? A resposta é: está tudo errado!! E ao longo desta postagem vocês entenderão a razão.

À afirmação em azul, por incrível que pareça, cabe ressaltar que o excesso de dor e de força aplicada são inversamente proporcionais à velocidade da movimentação dentária.

À pergunta em vermelho, infelizmente, tanto para o dentista quanto para o paciente, a resposta é NÃO. Não pode ou não é aconselhável ativar o aparelho novamente antes de um período de 28 dias, na quase totalidade dos casos (salvo em algumas poucas exceções). 

Para entender a razão das ativações ortodônticas acontecerem aproximadamente 01 vez por mês, é necessário entrar na questão das reações teciduais frente às forças ortodônticas.

Os dentes estão ligados à mandíbula e maxila por meio dos alvéolos dentais. Esta junção é promovida pelo periodonto de inserção, representado por cemento, ligamento periodontal e osso alveolar.

A força ideal pode ser definida como aquela capaz de produzir o movimento dental mais efetivo, ou seja, movimentação rápida, sem desconforto para o paciente e sem dano tissular (perda óssea ou reabsorção radicular). A força deve ser a mais fisiológica possível: máxima movimentação e mínimos danos.

Se a força aplicada for muito forte, haverá um pressionamento excessivo dos tecidos periodontais, diminuindo a circulação de sangue, causando uma degeneração ou necrose estéril das fibras, fenômeno conhecido como hialinização. As áreas hialinizadas atrasam a movimentação dentária, uma vez que um tecido saudável é fundamental para à remodelação óssea. Resumindo, força excessivamente forte (que erroneamente os pacientes falam em "apertar mais o aparelho"), menor a velocidade de movimentar os dentes.

Atualmente, os aparelhos que proporcionam as forças mais fisiológicas, e por isso causam menos desconforto de dor e uma movimentação dentária mais rápida (finalização do tratamento em um tempo menor), são os aparelhos autoligados, associados com fios termoativados.

Alguns dias atrás, enquanto dirigia, me deparei com um carro com os seguintes dizeres: "Tua buzina não me helicopteriza". Me peguei rindo sozinho após ler o adesivo, e no mesmo instante lembrei-me da ortodontia.

De fato, num engarrafamento não adianta buzinar, não vai fazer o trânsito fluir melhor, sequer vai fazer o carro a sua frente andar alguns metros. E o que isso tem de semelhante com a orto? Quando um paciente vai ao meu consultório, já de posse da documentação ortodôntica (radiografias, modelo de estudo, traçados, fotos...), meu primeiro passo é fazer um planejamento do caso e explicar ao paciente as etapas do tratamento, inclusive dando uma previsão de quanto tempo será necessário para concluí-lo.

Por exemplo, digo a um determinado paciente que o tempo estimado de tratamento será de dois anos e meio (30 meses). Reforço esta fala e pergunto se ele tem alguma dúvida em relação ao planejamento e à duração do tratamento. Ciente e concordando, seguimos para a próxima etapa. Aí que começa a novela! Já no segundo mês de tratamento o paciente começa a perguntar quando vai tirar o aparelho!!! Isso mesmo, não escrevi errado não, já no segundo mês começa este questionamento, que persiste, incansavelmente, durante todos os meses até o final do tratamento. Essa pergunta não vai "helicopterizar" o tratamento!!! No máximo, vai criar um desgaste psicológico no profissional. E acreditem, seu ortodontista também é humano, ele não fica feliz de ouvir isso umas 20 vezes por dia. Soa como uma buzina no meio do engarrafamento.

Se tem algo que o paciente pode fazer para ajudar no sucesso do tratamento, e consequentemente quem sabe até acelerando o processo, é manter uma boa higiene bucal, ter cuidado com a alimentação para evitar quebrar ou descolar algum acessório do aparelho, e principalmente não faltar às consultas. O paciente também pode optar por usar o aparelho autoligado, que reduz o tempo de tratamento em relação ao aparelho convencional.

Uma das perguntas mais frequentes entre adolescentes (e até alguns adultos) que começam a usar aparelho ortodôntico é: "o aparelho atrapalha na hora de beijar?" A dúvida aparece por acharem que os braquetes podem machucar o namorado(a) ou até mesmo se enroscarem, no caso das duas pessoas utilizarem.

Para alívio de muitos, pode beijar à vontade! O beijo está liberado! Não há problema algum, uma vez que não se beija com os dentes. Por isso, o beijo com ou sem aparelho não muda nada. Na pior das hipóteses, o máximo que pode acontecer é num momento de "muita intensidade" os braquetes forçarem contra o lábio e causar um leve desconforto.

Fica uma dica importante, tanto pra quem usa quanto pra quem não usa aparelho, tenha uma boa higiene bucal. Nada mais desagradável do que beijar alguém com mau hálito. 

Beije muito e seja feliz!!!

"Vou casar! E agora doutor?" Eis a pergunta que causa pânico em qualquer ortodontista.

É fato que muitos casais não planejam com tanta antecedência o dia do casamento e em virtude disto, o tratamento ortodôntico passa ser um grande problema a ser resolvido até o dia tão sonhado, principalmente para as noivas!

Ao ser pedida em casamento, a noiva entra num processo de querer resolver todos os seus anseios estéticos até o dia do "SIM". E é claro que nesta lista inclui o fator aparelho ortodôntico. Todavia esta aspiração nem sempre é viável! Vale lembrar que este tópico também é muito útil para situações do tipo: festa de 15 anos, formatura, aniversários...

Tratamento ortodôntico é algo sério. O paciente é sempre orientado do tempo estimado de conclusão do mesmo, ficando ciente que a interrupção ou abandono antes da finalização pode implicar em riscos e prejuízos à sua saúde bucal.

Uma pergunta recorrente no consultório é: "Posso tirar o aparelho antes do casamento e voltar a colocá-lo após a lua de mel?" . Veja bem, os braquetes dificilmente são reaproveitáveis, fora o fato que mesmo braquetes novos não serão recolados na posição exata que estavam os anteriores, perdendo muito da evolução conseguida no tratamento, ou seja, o paciente ficará mais tempo usando aparelho após a nova montagem do que o estimado anteriormente. Há de se ressaltar que o paciente também terá de arcar com os custos de um novo aparelho.

Entretanto, por mais que expliquemos que não é vantajoso a remoção do aparelho, na maioria das vezes não é possível convencer os futuros pombinhos! Quais então seriam as atitudes a ser tomadas para evitar esta situação? 

Primeiramente, antes de iniciar o tratamento ortodôntico, diga ao seu dentista suas pretensões de casar e em quanto tempo você estima realizar este ato, para que o profissional avalie se será um tempo hábil para conclusão do tratamento ou se seria melhor você casar primeiro para depois corrigir os dentes ortodonticamente.

Uma segunda opção seria a utilização de aparelhos estéticos, que são muito discretos e não interferem nas fotos.

Atualmente os aparelhos autoligados estão reduzindo consideravelmente o tempo de tratamento ortodôntico, esta é uma possibilidade muito interessante para quem não tem tempo a perder!

Duas outras opções que nunca são aceitas são: adiar o dia do casamento ou contratar um fotógrafo com um bom fotoshop.

Nenhum dentista quer atrapalhar o seu dia de Cinderela, portanto seja franco com seu ortodontista e veja quais as opções casam bem com seus planos! E não se esqueça de convidar-nos para o casório! 

Crianças e adolescentes já possuem uma aceitação maior à utilização de aparelho, e algumas ficam até ansiosas por usá-los, em virtude principalmente das "borrachinhas" e até fios coloridos que enfeitam os mesmos.

Braquete de porcelana.

Um problema frequente no uso destes aparelhos estéticos são referentes às ligaduras (borrachinhas) que tem uma tendência de amarelar com o passar dos dias. Eu costumo usar borrachinhas importadas que diminuem essa alteração de cor, mas ainda assim a ingestão de alimentos com muito corante podem realmente proporcionar isto (por exemplo, café, vinho, moqueca...). A boa notícia é que os aparelhos autoligados estéticos, por não usarem as ligaduras, permanecem completamente estéticos até o final do tratamento.

Os aparelhos autoligados também investiram em estética, alguns mais e outros menos discretos, de acordo com a função do aparelho, se passivo ou interativo.


Braquetes autoligados interativos da marca Forestadent e Ormco (sistema Damon), apresentam-se com o corpo translúcido mas o clipe metálico. São extremamente eficientes, muito discretos, mas não são 100% estéticos.

Mostrando a diferença do autoligado interativo estético em relação aos braquetes metálicos convencionais (de borrachinhas cinza).

 Os braquetes autoligados passivos estéticos Crystal 3D realmente me surpreenderam no quesito estética. São completamente invisíveis e uma vez que eles não utilizam ligaduras elásticas, resolvem o problema apresentado pelos braquetes convencionais estéticos cujas borrachinhas amarelam com o passar dos dias.


O sistema autoligante tem pontos muito positivos, a saber: reduzem o tempo do tratamento, diminuem o número de consultas, proporciona melhor higiene do aparelho e maior conforto (menor incômodo com dores após a ativação do aparelho).





Os tipos de aparelhos são variados, e cabe ao ortodontista apresentar todas as opções possíveis ao paciente para que ele conscientemente escolha o que lhe for mais interessante.

Como escovar os dentes com aparelho ortodôntico? Há alguma diferença da escovação para quem usa e quem não usa aparelho? Qual marca de escova devo comprar? Como se usa o fio dental com aparelho? Existem escovas especiais para aparelho? Quem usa aparelho pode fazer limpeza com o dentista?

 Estas são perguntas frequentes de quem deseja começar um tratamento ortodôntico e até de pacientes que já utilizam aparelho.

A higiene bucal para quem está em tratamento requer cuidados especiais e atenção redobrada. Tentaremos esclarecer ao máximo as dúvidas relacionadas a este assunto, dando dicas e orientações sobre o tema.

A nova amiga inseparável dos pacientes que usam aparelho é a escova interdental. Ela alcança áreas dos dentes inacessíveis para a escova de dentes padrão, como por exemplo as superfícies próximas ao fio ortodôntico e o espaço entre os dentes, removendo alimentos e placa bacteriana, e reduzindo assim o risco de gengivite e cáries.

O aparelho dificulta o uso do fio dental ente os dentes, em virtude do próprio fio ortodôntico. O recurso utilizado para facilitar esta ação é o uso do passa fio, que nada mais é do que uma agulha de plástico, onde se coloca o fio dental e auxilia na introdução deste por debaixo do fio ortodôntico. No início, é um pouco complicado, mas com o passar dos dias o paciente adquire a habilidade necessária, facilitando e tornando mais rápida a higiene.

Vídeo explicativo sobre uso do passa fio.





O super floss possui uma extremidade rígida para inserção sob o aparelho ortodôntico, uma parte esponjosa para limpar a superfície interproximal (entre os dentes), e o fio dental normal. Nele não há necessidade de passar o fio dental pelo passa fio, é uma peça única que já vem pronta.




A escova de dentes para quem está em tratamento ortodôntico deve ser macia. Existem diversos tipos e modelos, cada qual com sua indicação conforme veremos. Todavia, o uso de escovas dentais padrão (o modelo normal) pode perfeitamente ser usado, desde que usada a técnica de escovação adequadamente.

                                           


Lembre-se que as escovas dentais sofrem maior desgaste nas pessoas que usam aparelho, portanto a vida útil delas é menor. Quando perceber que as escovas estão com as cerdas desgastadas, troque-as. Não guarde as escovas de dente sem antes lavá-las adequadamente, isto pode gerar acúmulo de restos de alimentos na mesma.

Escovas de dente elétricas são úteis para pacientes que possuem limitações motoras, ou para motivação de pessoas que tem preguiça ou alguma dificuldade de escovar os dentes. Podem ser utilizadas na higiene de aparelhos ortodônticos, mas não são mais eficazes que as escovas manuais.




O uso de enxaguantes bucais é interessante para pacientes que usam aparelho, contudo de nada serve se antes não for feita uma adequada higienização com a escovação, uso do fio dental e limpeza da língua. Ele é apenas um meio auxiliar de prevenção, um coadjuvante. Seu uso deve ser orientado pelo dentista, principalmente com relação à quantidade de vezes por dia. Não utilize produtos que contenham álcool em sua fórmula.

Em geral, o uso do anti-séptico bucal reduz as bactérias que causam a gengivite, reduz a placa bacteriana e combate o mau hálito.