Alguns dias atrás, enquanto dirigia, me deparei com um carro com os seguintes dizeres: "Tua buzina não me helicopteriza". Me peguei rindo sozinho após ler o adesivo, e no mesmo instante lembrei-me da ortodontia.
De fato, num engarrafamento não adianta buzinar, não vai fazer o trânsito fluir melhor, sequer vai fazer o carro a sua frente andar alguns metros. E o que isso tem de semelhante com a orto? Quando um paciente vai ao meu consultório, já de posse da documentação ortodôntica (radiografias, modelo de estudo, traçados, fotos...), meu primeiro passo é fazer um planejamento do caso e explicar ao paciente as etapas do tratamento, inclusive dando uma previsão de quanto tempo será necessário para concluí-lo.
Por exemplo, digo a um determinado paciente que o tempo estimado de tratamento será de dois anos e meio (30 meses). Reforço esta fala e pergunto se ele tem alguma dúvida em relação ao planejamento e à duração do tratamento. Ciente e concordando, seguimos para a próxima etapa. Aí que começa a novela! Já no segundo mês de tratamento o paciente começa a perguntar quando vai tirar o aparelho!!! Isso mesmo, não escrevi errado não, já no segundo mês começa este questionamento, que persiste, incansavelmente, durante todos os meses até o final do tratamento. Essa pergunta não vai "helicopterizar" o tratamento!!! No máximo, vai criar um desgaste psicológico no profissional. E acreditem, seu ortodontista também é humano, ele não fica feliz de ouvir isso umas 20 vezes por dia. Soa como uma buzina no meio do engarrafamento.
Se tem algo que o paciente pode fazer para ajudar no sucesso do tratamento, e consequentemente quem sabe até acelerando o processo, é manter uma boa higiene bucal, ter cuidado com a alimentação para evitar quebrar ou descolar algum acessório do aparelho, e principalmente não faltar às consultas. O paciente também pode optar por usar o aparelho autoligado, que reduz o tempo de tratamento em relação ao aparelho convencional.
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