Quando eu recebi este singelo poema, confesso que morri de rir, uma vez que as justificativas para braquetes descolados pelos pacientes são muito parecidas com a citada nos versos acima. Poucos são aqueles que confessam que comeram algo mais duro ou não tiveram o devido cuidado na mastigação.
O que se deseja durante a colagem de um aparelho ortodôntico é que haja a união efetiva entre o braquete e o esmalte dental, de forma que possa resistir às ativações feitas no aparelho e ao esforço da mastigação. Contudo, deve ser de fácil remoção ao final do tratamento, sem danificar os dentes.
Em primeiro lugar, a seleção de materiais utilizados é fundamental, isso inclui a qualidade da resina e dos braquetes. É fato que produtos de qualidade inferior tendem a não ter a mesma efetividade, e eles existem, geralmente com preços mais baixos. Portanto, fique atento a dentistas que oferecem tratamentos ortodônticos com aparelhos e manutenções mensais a valores bem abaixo do mercado.
Transbond XT, 3M Unitek: uma das resinas utilizadas para colagem de braquetes. |
O sucesso do tratamento está diretamente ligado à técnica de colagem. Esta envolve várias etapas, a saber: num primeiro momento, o ortodontista deve promover um isolamento tal qual a saliva não tenha contato com a superfície do dente onde será colado o braquete. Após isso, será feito o condicionamento com ácido fosfórico, eliminando o biofilme dentário e promovendo microretenções no esmalte dental. O próximo passo será a utilização de sistemas adesivos (algumas resinas autoadesivas eliminam este passo) e fotopolimerização, seguidas da colagem propriamente dita inserindo a resina na base do braquete, sendo adequadamente posicionado na superfície do dente e polimerizado também. O processo da fotopolimerização consiste na utilização de um aparelho que emite uma luz no espectro azul, fazendo a resina no estado viscoso, endurecer.
Vídeo Dolphin: colagem de braquetes.
Respondendo à primeira pergunta desta postagem, os braquetes não soltam à toa. Com a evolução dos materiais dentários, apenas forças de grande intensidade conseguem descolar os acessórios ortodônticos.
O maior motivador deste descolamento é a mastigação de alimentos que promovam uma força de alavanca nestas peças. Exemplos bem populares seriam, para os dentes posteriores, alimentos duros como torresmo, amendoim, pipoca, azeitona com caroço, caranguejo, osso de galinha e pirulito. Já para os dentes anteriores, o exemplo clássico é evitar morder frutas (maçã, pera, goiaba) e legumes crus (cenoura), estes devem ser cortados previamente em pedaços menores, e aí sim pode-se comê-los.
Hábitos como morder lápis, gelo, ou ficar colocando o dedo no aparelho também não são bem-vindos.
Vídeo sobre tipos de alimentos que podem gerar problemas ao aparelho.
E o que fazer caso um braquete solte?
Primeiramente, procure seu ortodontista para que os danos sejam reparados o mais rápido possível.
Pode acontecer do profissional não estar imediatamente disponível para atendê-lo, mas não entre em pânico, na grande maioria das vezes, alguns poucos dias não irão interferir no andamento do seu tratamento.
O que não se deve fazer, em hipótese alguma, é tentar você mesmo recolar o braquete, pois isto pode alterar a mecânica ortodôntica e gerar alterações indesejáveis ao tratamento.
Também não é recomendável pegar conselhos com quem não é da área odontológica, visto que existem vários aparelhos diferentes, e a solução do seu amigo nem sempre servirá para você.
Caso você tenha que aguardar o atendimento, use a cera que é oferecida no ato da instalação do aparelho, ela pode aliviar algum desconforto existente.
Guarde as peças danificadas ou soltas, e evite ficar mexendo no aparelho.
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